quarta-feira, 24 de março de 2010

Palavra de Perito

Perito aponta falhas na investigação e minimiza camiseta de Nardoni
24 de março de 2010 • 16h34 •


O professor e perito em processos judiciais criminais Ricardo Molina afirmou nesta quarta-feira, em entrevista ao Terra TV, que acredita na culpa e na condenação do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, no polêmico caso da morte da menina Isabella que ocorreu no dia 29 de março de 2008, ao cair do sexto andar do edifício London, na zona norte de São Paulo. Mesmo assim, ele aponta algumas falhas na investigação, assim como a importância dada à camiseta usada pelo pai da vítima na noite do crime.

Na opinião de Molina, alguns erros estão sendo cometidos e podem beneficiar a defesa do casal, que é julgado desde segunda-feira no Fórum de Santana. "A defesa vai explorar qualquer contradição que exista nos laudos e não são poucas. Não vou julgar culpabilidade de ninguém, mas sei que há certas incoerências e inconsistências que devem ser exploradas pela defesa", afirmou o professor.

Segundo o perito, os possíveis traços de culpa encontrados pela perícia na camiseta de Nardoni não devem ser tratados com tanta importância no tribunal, fato que não ocorreu nos primeiros dias de investigação, de acordo com ele. "Essa camiseta foi pedida nove dias depois de realizada a perícia. É um pouco tarde demais para uma peça que tem tanta força no julgamento. Por que ninguém lembrou disso antes?", disse. "Por que ela ocupa 20 páginas do laudo? Por que hoje ela é a grande prova? Acho um tanto fantasioso que uma marca em uma camiseta conte uma história tão precisa assim."

Apesar de apontar falhas, Molina não tem dúvidas do resultado final do julgamento que mobiliza o País. "A minha opinião é que eles serão condenados, até porque eles já entraram (no plenário) condenados", disse o perito, que também criticou a importância dada ao caso pela sociedade em relação a outros crimes. "Foram pré-condenados pela sociedade. Acho que o conjunto das provas vai convencer os jurados, não cada uma isolada."

"Só está havendo repercussão porque se trata de um casal de classe média. Se isso ocorresse na periferia de São Paulo, acho muito difícil que os peritos investigassem por nove dias e tomassem tanto tempo neste caso", disse. "Um crime na periferia teria dois, três peritos no máximo, ficariam algumas horas e terminariam os trabalhos de investigação em seguida. Como se trata de um casal de classe média, tem uma comoção maior e um interesse maior sobre o caso."

O caso
Isabella tinha 5 anos quando foi encontrada ferida no jardim do prédio onde moravam o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, na zona norte de São Paulo, em 29 de março de 2008. Segundo a polícia, ela foi agredida, asfixiada, jogada do sexto andar do edifício e morreu após socorro médico. O pai e a madrasta foram os únicos indiciados, mas sempre negaram as acusações e alegam que o crime foi cometido por uma terceira pessoa que invadiu o apartamento.

O júri popular do casal começou em 22 de março e deve durar cinco dias. Pelo crime de homicídio, a pena é de no mínimo 12 anos de prisão, mas a sentença pode passar dos 20 anos com as qualificadoras de homicídio por meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e tentativa de encobrir um crime com outro. Por ter cometido o homicídio contra a própria filha, Alexandre Nardoni pode ter pena superior à de Anna Carolina, caso os dois sejam condenados.



Fonte TV TERRA

Postado Por:

Kennia Maraiza

Acessoria de Imprensa

do

GRUPO CSSIA BRASIL

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